A ARTE IMITA A VIDA
Todos, em algum momento da vida, já acompanhamos novelas, séries ou sagas cinematográficas. Sempre nos deparamos com histórias que são absurdas demais para serem verdade ou absurdas demais justamente por serem verdade.
Na última semana a internet foi tomada pela notícia de uma nota de repúdio divulgada pela PM de São Paulo por conta de uma cena da novela Malhação. Resumidamente, um jovem negro sofre, por parte de um policial militar, uma abordagem racista e agressiva. Na referida cena o rapaz está em companhia de uma jovem branca, que recebe tratamento completamente diferente. O policial disfere frases como "o negão está falando que namora com a japinha". Os jovens são conduzidos para a delegacia e a cena acaba com uma proposta feita pelo policial ao pai da moça de uma ação violenta contra o rapaz. O pai nega a proposta mesmo com a insistência do policial.
Em nota a PM reclama que a cena "generalizou toda uma instituição" e que deixou para trás os feitos positivos da polícia.
A grande questão é: O que é ficção e o que é realidade nessa cena? Podemos dizer, com clareza, que a cena não se trata de mera ficção. Todos os dias pessoas negras sofrem com o preconceito de quem, na teoria, deveria protegê-las.
Com certeza todos vocês já presenciaram ou, no mínimo, tiveram notícias de abordagens violentas realizadas pela polícia a pessoas negras, principalmente nas periferias. A cena em questão retratou a triste realidade na qual vivemos. Somos diariamente julgados pela cor da nossa pele, pela classe social e pelo local que vivemos. Somos tratados com desrespeito todos os dias e também com total descaso por parte do estado. A nossa pele determina a forma que seremos tratados, principalmente pela polícia.
Será que não podemos mesmo generalizar? Esse não é o problema de um ou outro policial. É o problema de TODA uma instituição. Punimos um policial preconceituoso hoje e formamos três amanhã. O fato de existirem, sim, policiais com ideologias diferentes, não exclui o fato de que estamos, todos, inseridos em grupos coletivos. Não dá pra isolar indivíduos numa situação generalizada. O que parece é que a regra passada às corporações é bem clara: se é negro é suspeito. E sinceramente isso não é difícil de se constatar por aí, basta uma simples volta pelas ruas do bairro.
O que podemos concluir com essa cena é que isso não só existe, como também está explicito para quem quiser ver. Tanto que não é a primeira vez que esse tema é abordado nos diversos folhetins existentes por aí.
A verdade dói e incomoda mesmo! A carapuça serviu e gritou alto, mas vamos continuar cutucando as feridas que nos sangram.
Kelle Siqueira
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