ÁFRICA NA MODA
Apesar do esvaziamento cultural/histórico que vem se dando através do tempo na diáspora africana, é difícil não perceber o quanto somos influenciados pelos costumes e valores trazidos de nossos ancestrais em nossa maneira de se vestir e até mesmo de se pentear.
Muitas cores, penteados vistos como exóticos e acessórios belíssimos. Graças a essa influência africana, que muitos insistem em ignorar e tentar excluir da nossa história e do nosso dia-a-dia, a nossa moda é riquíssima repleta de beleza e versatilidade.
Turbantes, tranças afros, maxis colares, roupas longas, estampas geométricas super coloridas são alguns exemplos dessa influência na moda.
As grandes indústrias as utilizam a todo momento, mas não valorizam de maneira devida a história e origem dessas matrizes. Podemos encontrar tal exemplo nos grandes desfiles de moda de grifes que à um tempo atrás tiveram como tema a África. O que podemos ver é um grande número de modelos brancos e um pequeno número de modelos negros nas apresentações que deveriam focar principalmente na valorização de uma cultura que nos construiu e que representa a maioria do mundo.
O fato é que não podemos ignorar que a cultura africana está entranhada em nossa dança e em nossos costumes. O que falta é que tudo isso seja merecidamente valorizado e que tenha crédito na grande mídia. A polêmica sobre apropriação cultural ganha força e razão quando consideramos a exploração pela grande indústria da moda de uma cultura que ela não reconhece, mas que lhe rende um incontável ganho financeiro.
Num país repleto de preconceito e racismo como o Brasil, nos entristece ver que as referências afros são mais reconhecidas nas fantasias de carnaval do que na indumentária cotidiana, popular. Afinal não é difícil flagrar olhares espantados quando se deparam com uma negra de turbante ou com sua roupa colorida por exemplo.
Seja num corte, numa costura, numa cor, num penteado ou num acessório. A África está e sempre estará presente em nosso dia-a-dia e sempre será matriz da nossa moda!
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